Wednesday, April 18, 2007

urinol (pausinhos ao sol)


A destruição/dano do «original» urinol de Duchamp consumada à uns meses.


Vai-se mumificá-lo?


É a destruição um resultado da lógica duchampiana.


No fundo duchamp foi um futurista (dos que queriam queimar os museus).


O nu desce as escadas e vem partir os ready-mades.


O ruído dos futuristas tornou-se secreto (à bruit secret).


Os inevitáveis ruídos secretos... mesmo post-mortem...

o extase perpétuo do irrequieto-quieto pensamento


«thought is performance»



  1. O pensamento é performativo?

  2. O pensamento é «stasis performativa»?

  3. A acção é raramente pensamento?

  4. A acção é pensamento diluindo-se no «mundo»?

  5. A inacção é através do pensamento acção?

  6. O pensamento é, na acção, a excepção da acção?

  7. O pensamento é o sumo da acção?

  8. O pensamento é a acção tentando comprimir-se na utópica inacção?

  9. A inacção é uma utopia (tudo no mundo é acção), como uma espécie de morte radical?

  10. A inacção é o máximo de potência da acção?

We cannot escape performance.


Make of your life the best performance.


Kiss your thoughts.


Think in perpetual extasis.

Thursday, April 12, 2007

abdul varetti/alvaro lapa 2


Sendo a vida uma arte, a linguagem será universal (cfr. Rimbaud), incluíndo TUDO.


A linguagem afastar-se-á do consenso, e exprimirá o desejo e a imaginação.


Sendo o ,«exterior» à imagem do «interior», a vida será uma obra de arte. As obras de arte do passado serão tidas por curiosidade arcaica. Algumas serão conhecidas e estudadas.


O «artista» será confrontado com o «político» e com o «sábio». O artista será louvado, os outros excluídos.


As obras de arte terão uma existência exclusivamente lúdica. A experiência directa, dos vários mundos, suprirá com enigmas e presenças.


O amor e outras actividades de relação serão públicas e tribais. Eles serão reis e elas raínhas.


Uma guerra planetária deprimirá a humanidade actual. Depois o homem, envergonhado, conhecerá o horror dos ídolos.


A mais bela forma de ser será a preferida, depois que os homens reconhecerem os seus tiranos, no interior de si mesmos.


Um anarquismo integral, de produção natural, será a forma que se antevê irá ser escolhida pela humanidade emancipada.


A «vida» e a «morte», indistintas finalmente, serão sentidas na sua raíz comum, como formas de ilusão e alegria excepcional.



Nem tudo o que lapa/varetti diz é das minhas ganas, mas o programa de fundo já é algo tretatérico, com o indispensável idealismo que as picuinhices da vida levam na prática a algumas traições - reconheço-me nas «formas de ilusão e de alegria excepcional» e nisso recomendo o alegre Sofista Górgias quando diz que «aquele que ilude é mais justo que o que desilude, e aquele que é iludido mais sábio que o que não se ilusiona». O nosso doce e leve cepticismo consegue coincidir com esta capacidade de se deixar embalar pelas ilusões, conhecendo, como quem não quer a coisa, os seus mecanismos.

Wednesday, April 11, 2007

as profecias de abdul varetti (parte1)


cito àlvaro lapa, percursor do gangsterismo, na versão profeta-frique de abdul varetti


Os deuses, adormecidos, vão recuperar a atenção do homem livre. A curiosidade e a crença florirão.


As crianças chamar-se-ão criançasd, e os adultos crianças evoluídas.


O sono e a morte serão mais uma vez equiparados. O homem aprenderá a morrer.


A amizade será livre. O amor não.


Os antepassados animais serão venerados, como uma das faces da realidade.


Haverá muitos vagabundos de ambos os sexos. Mover-se-ão entre as tribos, como agentes de experiências.


O dia e a noite deixarão de opor-se. A sua raíz comum na imaginação será reconhecida.


A experiência interior será transmtida, «ensinada», musicalmente.


O desejo será declarado. A linguagem e a acção enriquecer-se-ão permanentemente.


As religiões serão desconsideradas. A experiência mística será reconhecida, e um facto comunicável.


A casa, lugar de reposo, será individual e pessoal. As actividades de relação serão consagradas como tais, públicas e tribais.


Wednesday, April 04, 2007

impetos explicadistas


A graça implacável dos ímpetos geométricos

- explicar é configurar, isto é, entrar dentro de uma gramática de forças que se torna evidente através de esquemas geométricos

a geometria representa-se, e a represençar-se atrai conexões

quando Bateson fala de hierarquisação e de logical types não se refere a estes como uma pura necessidade de arrumação e de cedência às formas-forças que «arrumam»

o mesmo se passa com a leitura dos yoga sutras que se estrutura como uma ramificação