Thursday, September 13, 2007

O livro das Escusas (4)


IV.
82. Sendo toda a acção falsa, a unica forma de lhe escapar é discriminá-la.
83. A acção é crime. A discriminação descriminaliza.
84. A acção tem diversos modos de re-presentação, que traduzimos em percepções, sensações e representações (num sentido mais técnico).
85. A re-presentação supõe uma presença. A presença é a próximidade, a capacidade de focar, de saír do desfocado. Saír do desfocado é discriminar.
86. Há numerosas incertezas sempre que há discriminação. A ambiguidade faz parte da acção. As representações tentam suprimir a ambiguidade porque tendem para a não-acção.
87. Esta discrepância entre a acção e a representação gera erros, duvidas, desvios, extrapolações, etc.
88. Não devemos ser demasiadamente assertivos nem opinativos.
89. A complexidade da acção, mesmo na sua intrinseca falsidade, só pode ter uma representação mínimamente adequada se esta for complexa e se nela estiverem ressalvadas as ambiguidades.
90. No caso de uma acção de dificil identificação, nenhum juízo deve ser emitido. A prudência interpretativa leva à indiscriminação dos agentes.

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