Thursday, September 13, 2007

tretalogia mista (3)


CAPÍTULO III


Trata-se de alicerçar a generosidade cósmica em metáforas culinárias.

A gestão do mundo está entregue a uma cooperativa operária. Por isso mesmo ele não dá lucro.

Deus declara que a natureza é sagrada como uma vaca. Eu perco o sentido de humor sempre que vejo alguém a rezar.

Haverá a hipótese séria de rezar às gargalhadas?

O Incriado é o Mal-criado.

A matéria é Jesus. As coisas são jesuítas.

A única justificação para a fatalidade é haver oráculos.

O sentido trata-se de uma mera coincidência entre o que observamos e aquilo com quem gostariamos de ir para a cama.

Sem o desconhecido o desejo não valeria um pentelho.

É graças à hibernação que podemos fazer coincidir o Intelecto com Deus ou a Vacuídade.

Os estupidos só são capazes de repetir. Repetem e repetem. Tornam-se crentres zelosos ou comunistas ressentidos. Amam o próximo com indignação. O que não deixa de ser curioso.

O misticismo inibe. Temos vergonha de ser misticos porque isso nos parece uma cedência ao mau design. Friques e pirosos.

Mas não podemos confundir as cópias com o original. Os misticos mergulham em piscinas negras. Os parolos que consomem misticismo acham que tudo é felicidade e àgua benta (presunçosa) com coelhinhos e arco-iris.

Por vezes sacrificamos o Intelecto e cai-nos um raio em cima.

Os que chegam à experiência mistica pela via positiva são todos voltados para o simbólico e para as hierarquias de anjos. Os que chegam pela negativa usam o simbólico porque desconfiam dele. O simbólico é a cabeleira postiça da experiência mistica.

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