Thursday, September 13, 2007

O livro das escusas (7)


VII (VIII).

132. Passemos a falar da Anacatástrofe, ou retrocesso.
133. Cada acto tem o seu contraponto noutro acto.
134. O declinio indeterminado do mundo supõe um recuo condicionado quer ao Absoluto quer à Nulitude.
135. As aparências são reparadas nas essências.
136. O aparente sentido único do tempo é compensando pelo regresso interno às origens.
137. A decadência esconde o extase que a co-habita.
138. A relação Catástrofe/Anacatástrofe é a Homeostética.
139. Se a Nulitude é o fundo do Absoluto então toda a degradação é relativa.
140. A aparência da degradação é o Mal. A reparação da degradação é o Bem.
141. O sentimento de indegradável é o paradísiaco.
142. O sentimento de inalienável degradação é o inferno.
143. O sentimento de lenta reparação é o purgatório.
144. O sentimento de eterna insolubilidade é o limbo.
145. A Anacatástrofe propõe a aceleração do purgatório com vista ao indegradável paradísiaco.
146. O infernal é necessário como afinação das capacidades reparadoras e como co-produtor da complexidade galopante. O infernal é dado como um modo suave de inferno, isto é, como degradação reciclável.
147. Essa complexidade galopante é um efeito do retrocesso através da Anacatástrofe.
148. Dessa complexidade nasce um efeito tranquilizador que se assemelha à simplicidade.
149. Da mesma forma subsiste uma ânsia pela diversidade e pela multiplicidade.

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